Como o excesso de informação afeta a nossa vida?
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Novembro 13, 2018O abismo entre o dizer e o amar
Entre o dizer e o sentir há realmente um enorme caminho a percorrer. Entre os atos e as palavras não existe qualquer argumento que contrarie o que o silêncio de um olhar cala.
Muitas pessoas valorizam as palavras e se estas não são ditas é porque o companheiro não tem qualquer sentimento por desvendar. Na verdade quem não gosta de ouvir a palavra amo-te? No entanto, esta palavra tão forte e bonita não deve de forma alguma ser banalizada e dita da boca para fora se não for acompanhada de sentimentos fortes e verdadeiros.
Também é verdade que sentir e ficar sem dizer essa palavra mágica é um erro.
Vemos pessoas que se entregam em demasia várias vezes porque têm várias relações e em todas elas amam intensamente e dizem amo-te espontâneamente. São na verdade pessoas menos profundas e conseguem colocar uma e outra em seu lugar. Precisam de preencher o vazio afetivo rapidamente para não pensarem na carência de si e o que muda é o nome e a pessoa porque o problema existencial contínua e as mudanças também.
Enquanto que há outras pessoas que procuram conhecer a parceira mais profundamente, buscam sentimentos profundos, mergulham nas profundezas do outro ser fundido no seu e até dizer amo-te se é que algum dia o dizem têm realmente de o sentir na sua essência. Mas quando o dizem tornam-se puros como crianças que amam igual a criança ama a brincar.
E ainda existem os que têm medo de enfrentar os seus próprios medos e jamais dirão amo-te, com receio de exporem as suas fraquezas, as suas emoções não querendo despir a alma nem deixar uma entrega de sentimentos seus na mão do outro com medo de sofrer ou de se magoar novamente.
E há várias formas de amar e ser amado. Normalmente diz-se que em alguns relacionamentos há um que ama e outro que se deixa amar. Não sei quem sofre mais se o que ama, se o que vive sem amar e se deixa ser amado. Não me parece de todo justo anular-se de sentir nem justo para a outra pessoa ser merecedora de amor verdadeiro.
Por este prisma, amar é construir mas amar também é destruir.
Um bebé quando inicia o seu percurso na arte da linguagem começa por elaborar palavras e nós adultos no discurso no amor também começamos a demonstrar afeto, emoções, plantar amor, construir projetos e fazer planos juntos. Esta condição a dois exige maturidade psíquica, dedicação e uma entrega que não depende de um jogo de palavras. Amar é fundir-se entre a sua perda no encontro de outro ser.
O auto-conhecimento de si, o saber o que não se quer, o fato de saber do que se é capaz de suportar e dos nossos limites pessoais é muito importante para podermos manter uma relação harmoniosa.
Entre dizer eu te amo e o sentir à realmente um enorme abismo. Antes de o dizer certifique-se que não caí num precipício ou que não atira ninguém para o mesmo.
Natacha Seixas